
Uma reflexão sobre as profissões e o ofício de escritor. Há uma luz no fim do túnel, na esperança de que nasçam novos escritores!
Profissões
Quando todos nós somos crianças e nos perguntam o que queremos ser quando crescer, as respostas não variam muito, permanecendo sempre em círculo que gira em torno de médico, bombeiro, policial, advogado e, claro, jogador de futebol – afinal, estamos no país da bola! Apesar de serem profissões distintas, as causas são muito similares, o que torna curioso as escolhas.
Se perguntado o motivo de querer se tornar médico, a criança responderá que adoraria salvar vidas, reduzir o sofrimento de muitos e ajudar os mais necessitados, ou, poderá, também sofrer influência de algum familiar que fora bem sucedido na profissão e serviu de exemplo. A resposta do futuro bombeiro não difere muito da do médico, a não ser quando o bombeiro tem o sonho de ser o herói da nação ao se arriscar em missões perigosíssimas para salvar, às vezes, um gato de estimação que se encontra estático perante o fogo ameaçador que incendeia sua casa. Atualmente, o futuro policial é movido por uma soma de revolta com indignação dentro do coração, devido à impunidade reinante na sociedade, atrocidades cometidas de Norte a Sul do país. O futuro policial pensa, utopicamente, que pode acabar com os criminosos para que as pessoas vivam em perfeita harmonia e paz.
O futuro advogado age pelos mesmos sentimentos existentes no policial, mas acha que terá mais poder – mudar a lei, torna-la mais severa e que se cumpra. Os futuros policial e advogado formam uma espécie de super-heróis da atualidade, que se acham imbatíveis e querem mudar o mundo.
No extremo oposto, há o jogador de futebol, que pensa mais em si do que naqueles que lhe cercam – salvo algumas exceções. Pensa em ser famoso, ganhar muito dinheiro, jogar na Europa, no Real Madrid, no Barcelona, no Chelsea, no Milan, vestir a amarelinha, ser campeão do mundo, marcar mil goles, ser herói de sua torcida e algoz dos adversários Em todas as respostas há uma realidade triste, mas também há algo de animador. Triste, porque ninguém disse que gostaria de ser escritor ou poeta, talvez por acharem que um poeta não salva vidas, não prende ninguém, não julga ninguém, não é ídolo de uma grande massa, ou tão pouco marca mil gols. Mas um poeta, também salva vidas com suas palavras, ameniza o sofrimento de muitos, tem o poder de reatar relacionamentos amorosos com suas palavras, pode, também, opinar qual a melhor forma de punir os criminosos. Marcar mil goles não é possível, mas é possível escrever mil textos. Ainda bem que ninguém escolheu ser político...
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