sexta-feira, 25 de julho de 2008

O tudo vazio

O tudo vazio

Olho para tudo e não vejo nada
olho para o nada e nada vejo.
Será que vejo?
Todos dizem que está aí...

Me olho e nada vejo,
Olho minha imagem e vejo...
um ponto perdido no nada,
ou seria no tudo?
Estou aqui, apenas eu.

Todos me veêm, mas
não enxergo ninguém.
Recluso-me, numa
constante batalha contra mim,
buscando o personagem que sou.

Vejo um mundo vazio de tudo,
todo vazio,
nada cheio,
cheio de nada,
eis minha vida.

Marcos Alexandre Andreozzi Müller

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Vaga-Lumes

Vaga-Lumes


A noite se aproxima,
as casas vão se escurecendo,
as pessoas se recolhendo, mas
dois pontos de luz permancem.

Seus olhos,
a iluminar o poeta
na solidão que escreve
sobre si e para ti.

Seus olhos o iluminam,
lhe mostram o caminho,
mas o caminho é com pedras
para ultrapassar e subir na mais alta.

Do ponto mais alto, enxergará
uma luz ainda acesa, que não dorme.
Será a dela?
Em que estará pensando?
Por que nao dormiu?

Do outro lado, ele
lembra de como seus olhos brilham,
parecem dois vaga-lumes,
uma estrela num céu vazio.
Ah, como brilham...

A noite vai passando,
a cidade despertando,
todos acordando e quando
ele vê de cima da pedra que
ela já dormiu, sonhando,
com o que?Com quem?

E ele não dorme, aguarda a noite,
ansioso, disposto,
corajoso, desejoso
para que possa escrever,
imaginando a sua imaginação.

Marcos Alexandre Andreozzi Müller